No galho da figueirabeija-flor adormecido-Manhã garoenta.
Manhã de sol-
Entre os espinhos e as flores
suave colibri.
Beija-flor confuso-
Nas queimadas do cerrado
ainda há flores?
Chuva copiosa-
Descendo pela sarjeta
as nuvens de há pouco.
Na areia molhada
caminhamos eu e a lua-
Praia de verão.
No vento da tarde-
a pipa do guri
e o chapéu do ancião.
Sol de inverno-
O velho troca a janela
pelo fogão a lenha.
Céu encoberto-
Os fogos de São João
estrelas desta noite.
Madrugada fria-
Aquece os pés do mendigo
o cão vira-lata.
Meias desfiadas-
Sob a marquise gelada
é luxo só.
Poça de inverno-
Na pedra atirada
a lua quebrada.
Templo na montanha-
a voz suave da monja
como a neve que cai.
Banco da praça-
Dorme tranquilo o mendigo
Coberto de luar.
No pouso da garça
o cansaço da viagem-
lago refrescante.
Meus cabelos brancos-
Foi a noite quem roubou
o seu negrume.
Poça de verão-
Na pedra atirada
a lua quebrada.
Antiga Remington-
Ainda catando milho
Espalho haicais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário